É muito dificil publicarmos algo de outras pessoas neste blog por entender que é um espaço autoral. Mas, vou reproduzir dois textos com você. O primeiro é a “A voz da verdade” de Olmair Perez Rillo e o segundo artigo do vereador Lucas Casella. Leiam só!
A VOZ DA VERDADE
As portas da Câmara Municipal da nossa cidade voltarão a se abrir amanhã, 4 de agosto, quando os Senhores Vereadores retornarão às suas atividades normais , após o período de recesso parlamentar.
Quem teve a oportunidade de acompanhar a turbulenta seção que deu por encerrada a primeira faze dos trabalhos legislativos daquela importante Casa de Leis, terá a impressão de ainda estar sentindo as vibrações e ouvindo os ecos das vozes daqueles que nela defenderam, de forma democrática, pontos de vistas divergentes.
Apenas para relembrar, a festa junina promovida anualmente por um dos nossos importantes estabelecimentos de ensino foi cancelada, tendo em conta a constatação de irregularidades na documentação exigida pelas autoridades competentes. Movidos pela revolta, diretores, professores, pais e alunos manifestaram-se pelas redes sociais e, durante a histórica seção ocorrida há pouco mais de trinta dias, lotaram as dependências da Câmara para demonstrar sua indignação. Infelizmente, no transcorrer da seção, ocorreu uma tentativa de linchamento publico, quando um dos Senhores Vereadores, apontado como o responsável pelo acontecido, foi impedido de apresentar sua defesa, como se fosse ele o principal responsável pelas irregularidades constatadas pelo Corpo de Bombeiros.
Ao contrário do que desejávamos, os ânimos se exaltaram e aquela que se esperava ser uma seção pautada pela ordem, acabou demonstrando que a agressividade e o desrespeito foram suficientemente fortes para sobrepujar o bom senso, indiscutivelmente, a melhor escolha para mediar conflitos.
O importante, neste triste acontecimento, que ocasionou mais prejuízos emocionais do que físicos, foi o alerta dado à população. Mais uma vez ficou claro que fatos como este, ao serem tratados sob forte impacto emocional, trazem à tona o que existe de pior dentro de nós. Nestes momentos, o lado irracional fala mais alto e a razão é silenciada, não importa de que lado a verdade esteja dando plantão. O que vale é botar para fora toda a nossa ira, passar por cima daqueles que se colocam em lados opostos como se fossemos um trator, mesmo diante dos argumentos convincentes de que estejamos agindo de forma intempestiva e injusta.
Foi o que aconteceu, quando os manifestantes decidiram expor toda insatisfação pelo cancelamento da tradicional e importante festa, sem antes analisar a fundo o que estava acontecendo. Este lamentável episódio, no entanto, acabou trazendo seus benefícios ao demonstrar que alguns dos nossos representantes públicos, caso se vejam novamente em situações idênticas, deverão adotar posturas diferentes, ou seja, agir mais como mediadores, menos como interessados em transformar tais momentos em fatos politicamente incorretos.
Esta dedução tem por base o que se ouviu dizer e se houve até hoje – nos bastidores da cidade, durante os dias seguintes ao acontecido, o que demonstra não terem sido bem aceitas as atuações, tanto dos educadores como dos legisladores quando, ao invés de promover a ordem, tentaram apagar o incêndio com gasolina, imaginando ser esta a melhor das alternativas. Pior que isto, houve a tentativa de justificar o injustificável, dando como exemplo o acontecimento no qual um dos nossos gestores chamou para si a responsabilidade de permitir a realização de evento em local irregular, como se um erro pudesse justificar outro.
O exercício da futurologia sempre foi considerado uma pratica temerária, pois ainda não possuímos o dom de prever o futuro. Neste caso, todavia, mesmo que alguns não concordem com a comparação, merece ser lembrado o que aconteceu em Santa Maria, onde a omissão das autoridades resultou no luto de inúmeras famílias. Quem sabe tenha sido este um dos motivos que levou nosso corpo de bombeiros a agir como agiu ou, ainda, o fato de que das crianças tudo pode ser esperado, menos coerência nas suas atitudes. Exemplo prático foi o trágico acidente ocorrido recentemente no zoológico de Cascavel. A negligencia de um pai, acobertada pela falta de sensibilidade daqueles que preferiram filmar o garoto brincar com o tigre ao invés de afastá-lo do lugar, fez com que o garoto perdesse um dos braços.
O que verdadeiramente importa neste momento, é saber que a voz da verdade acabou falando mais alto. As responsabilidades estão sendo apuradas por quem de direito e, principalmente, as irregularidades devidamente corrigidas. Temos certeza, doeu, doeu no fundo da alma a difícil situação vivida pelos pais e professores que viram seus filhos e alunos privados da realização daqueles festejos. Mas tudo haverá de ser superado com o brilhantismo de sempre, pois a generosidade da família Penapolense haverá de responder presente na festa que será levada a efeito no dia 23 deste mês nas dependências do Lago Azul.
E, salvo novos acontecimentos, tudo voltará ser como dantes, no quartel de Abrantes.
Olmair Perez Rillo, Articulista, Palestrante, Consultor de Marketing, nasceu e reside em Penápolis.
AGRADECIMENTOS DO LUCAS
Agradecer o amigo Olmari Rillo pela sabiência na divulgação da matéria de ontem, A voz da verdade. Talvez, ninguém mais do que eu, nesse recesso, refletiu sobre vida publica.Sobre o fato do cancelamento da festa acontecido no mês passado, eu havia dito que só me posicionaria judicialmente, mas preciso fazer algumas ponderações.
Questionei-me, por dias, se fosse o contrário, se outro vereador estivesse no centro da polêmica, o que eu faria:
Primeiro, se eu soubesse que a intenção do vereador dito “informante” era de fazer a festa acontecer, eu não iria me omitir. E a segunda e talvez a mais importante: essa foi uma grande oportunidade de educar, de ensinar às crianças e tantos outros envolvidos como as coisas funcionam e como é o procedimento para se fazer uma festa dentro da legalidade.
Quem está organizando uma festa, precisa de pelo menos uma semana para pedir o alvará do espaço, apresentar um projeto arquitetônico feito por engenheiro, autorização de segurança, alvará da prefeitura, ciência do juizado da vara da infância em caso de venda de bebidas entre outros laudos… mas cada um segue a sua conduta e sua consciência
Acredito que as pessoas evoluam, cresçam e melhorem enquanto seres humanos e cidadãos e é por isso que estou aqui. Aprendi muito com o que aconteceu na última sessão de junho e espero que todos tenham levado para si uma lição. A lama, quando seca, é muito mais fácil de ser retirada. Não combaterei a maldade com o ódio e com a cegueira da vingança. Não estou aqui para combater o mal com o mal. Quero fazer parte de uma mudança política. E acredito na lei do eterno retorno.
Quero lembrar que enquanto uns faziam discursos populistas para serem aplaudidos fugazmente, perdemos a oportunidade de proteger essa casa de leis, esse poder legislativo que ficou na berlinda por uma manobra covarde arquitetada por outras instituições, criando-se um fato político sem a mínima coerência, imputando a um membro dessa Câmara prerrogativas e responsabilidades que não são e nunca serão dele. Nós, mais do que qualquer outra instituição, precisamos respeitar o estado democrático de direito respeitando as leis e quando essas parecerem desproporcionais, modificá-las. Espero do fundo do meu coração que todos os senhores, revestidos desse poder público e político tenham levado para si uma lição. Entre nossas funções está, tendo sempre a ajuda da população, melhorar a vida de nossa cidade. Em quem não exercita essa prática, quem não pretende solucionar os problemas, infelizmente reside no erro de mão querer resolvê-los.
Afinal, quero ser o agente de transformação neste cargo que postulo. Se me desejam o mal, eu lhes desejo o bem, afinal, cada um oferece aquilo que tem. Por fim, as pessoas inteligentes entenderam o que realmente aconteceu.
Quero dizer, apenas para concluir, que mesmo que tentem manchar minha imagem, mesmo que tentem me denegrir da forma mais ridícula e descabida possível, não pararei o meu trabalho. E só lembrando a quem interessar: dinheiro do povo é dinheiro do povo e ele tem que servir as pessoas. Por isso acredito que é sempre melhor o coletivismo que o corporativismo.
Lucas Casella, vereador