Artista participa da sua primeira exposição em Penápolis, desta vez, apresentando os trabalhos desenvolvidos em seu ateliê no fundo de casa
Filha do alfaiate José Trindade e da dona de casa Nadir Trindade, Maria Célia Trindade de Paiva, ou simplesmente, Celinha Trindade, 63 anos, é artista com formação acadêmica em Desenho e Plástica e que empresta todo o seu conhecimento para a produção de suas peças em faiança, porcelana e azulejo.
Celinha lembra que desde aos 12 anos já tinha habilidades para o desenho e a pintura, mas, quando o seu pai lhe perguntava o que ela desejaria ser ela prontamente respondia: “Quero ser médica”. Entre seu pai muito sabiamente dizia que ela iria seguir o mundo das artes plásticas. Dito e feito. Aos 22 anos conclui na Funepe (Fundação Educacional de Penápolis).
“Depois que eu entrei no Curso de Desenho e Plástica, logo eu comecei a estudar pintura em porcelana em Araçatuba com uma amiga e descobri que era isso mesmo que eu queria para minha vida”, comenta.
Mas, como tudo não é flores, mesmo trabalhando na área, Celinha mudou-se para a capital paulista para trabalhar no governo do Estado de São Paulo junto a Secretaria do Trabalho, no departamento de desenho, tendo que parar com os trabalhos por algum tempo.
“Lá em São Paulo produzi algumas peças que até foram expostas, mas tive que parar e voltar apenas alguns anos depois a produzir minhas peças. Isso foi logo após o nascimento de minha filha”, comenta.
Em São Paulo, Celinha chegou a estudar na Panamericana Escola de Arte e Designer e frequentou o curso de vitrine e diagramação.
Voltou para Penápolis para cuidar da sua filha Laura Paiva e trabalhar na empresa de Identificação visual do marido e publicitário Antônio Henrique que por muito tempo fez placas estilizadas em madeira.
Somente em 1998, montou o ateliê Celinha Trindade na qual produzia suas peças e ministrava suas primeiras aulas para interessados em aprender a técnica da pintura.
Ateliê
Seu ateliê foi construído nos fundos de sua casa na Rua 15 de novembro, no centro da cidade. Lá ela ministra aulas de pintura para turmas de até cinco alunos.
“Eu cheguei a ter 30 alunos ou seja seis turmas durante a semana. Aos poucos eu fui diminuindo o ritmo e me dediquei mais nas minhas produções. Hoje são apenas duas turmas de cinco alunas cada, o que me deixa com mais tempo para produzir”, comenta.
Ela lembra que no ano 2000 o ateliê produziu uma exposição em parceria com o Museu do Sol com trabalhos apenas de seus alunos.
“Lembro até hoje, por termos muitos aprendizes na época fomos capazes de montar essa exposição e apresentar ao grande público os trabalhos desenvolvidos por meus alunos”, lembra com carinho.
Celinha participa da sua primeira exposição em Penápolis, desta vez, apresentando seus trabalhos desenvolvidos com faiança, porcelana e azulejo.
“É um prazer enorme poder apresentar os trabalhos que desenvolvo com tanto carinho e dedicação – sabemos o quanto é trabalhoso o processo de montagem de uma peça. Temos que filetar, levar pro forno, depois passar a primeira demão de tinta, voltar pro forno e assim levamos pelo menos quatro dias. Mas quando vemos a peça é aí que sabemos como ficou o resultado final”, comenta.
Exposição
Desde o dia 23 de outubro, o Museu do Sol recebe a exposição Terra, Cor e Fogo, com as artistas penapolenses Celinha Trindade, Ana Franco e Celina Passafaro.
Elas transformam ideias em objetos de beleza para uso ou contemplação. Na mostra terão peças em porcelanas e faianças pintadas num processo que envolvem pigmentos secos que aglutinados se transformam através do fogo. Ou o barro que são transformados em objetos utilitários ou escultóricos, através da queima, onde fixa a forma e esmalta com variadas colorações. A exposição ficará até 17 de dezembro, no Museu do Sul, na Rua Bento da Cruz, 798. O horário de funcionamento é das 13h às 17h.