O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abrirá sindicância para apurar as condições de trabalho, o constante atraso no salário dos profissionais e as limitações de atendimento à população na Santa Casa de Penápolis.
Na nota enviada à imprensa, o Conselho decidiu acompanhar a realidade do hospital que oferece diversas especialidades, após receber carta aberta, assinada por 21 médicos que integram o corpo clínico da unidade.
“O Conselho tomou ciência dos fatos e vamos, por meio de sindicância, averiguar a situação da Santa Casa. A princípio, apoiamos a medida dos médicos – que há um ano não recebem seus salários – em suspender o atendimento, desde que os serviços de urgência e emergência sejam mantidos, não colocando a população em risco”, comenta a conselheira doutora Regina Marquezini.
Na carta aberta, divulgada no último dia 03 de junho, os médicos relatam, além dos atrasos no repasse dos pagamentos referentes aos plantões e à produção médica, a falta de insumos básicos de trabalho, como antibióticos. De acordo com a conselheira, após a apuração dos fatos, o Ministério Público estadual poderá ser acionado.
NEGOCIAÇÃO
Os médicos, a direção da Santa Casa e a Prefeitura de Penápolis negocia nesta segunda-feira (10), uma proposta de pagamento dos plantões médicos – sendo que uma parcela de 50% do valor referente a fevereiro foi pago no fim de maio, bem como, da produção médica que está atrasado desde julho de 2018.
De acordo com que foi apurado pelo Blog do Faria, a proposta seria o pagamento de 50% da produção médica e o restante dos plantões de fevereiro. Caso não haja acordo, os médicos podem iniciar a paralisação já nesta terça-feira (11).
GARANTIA
Em reunião realizada na tarde da última sexta-feira (7), na sede do Ministério Público de Penápolis, a Prefeitura garantiu que os atendimentos não serão suspensos na Santa Casa.
Durante a reunião, o chefe do Executivo e o secretário informaram ao MP que, no caso dos profissionais paralisarem suas atividades, caso não se entre em um consenso, há uma escala com outros médicos para que os serviços não sejam comprometidos aos pacientes. Ainda no encontro, foi informado que a direção da Santa Casa está buscando recursos para resolver o problema.
O encontro contou com a participação de médicos, do prefeito Célio de Oliveira (sem partido), do secretário de Saúde, Wilson Carlos Braz, da gestora do hospital, Renata Cristina Vidal e do 2º promotor Fernando César Burghetti.