(Da dir. para esq.) Gabriel, o pequeno Lucas de 5 anos, Lucas Brito e Diego são apaixonados pelo tricolor paulista |
A frase “Ser tricolor não é uma questão de gosto ou opção, mas um acontecimento de fundo metafísico, um arranjo cósmico ao qual não se pode, e nem se deseja fugir” escrita por Nelson Rodrigues em alusão ao tricolor das laranjeiras cabem perfeitamente no contexto de hoje à tarde no estádio Tenente Carriço.
O Penapolense, considerada ano passado a melhor equipe do interior paulista, sendo ela tricolor – azul, vermelha e branco enfrentará pela segunda vez na história o tricolor paulista – hexacampeão brasileiro, tri da libertadores e tri mundial e um dos maiores clubes do país.
E nestes momentos de pura apoteose, muitos penapolenses ficarão com os corações divididos e com um dilema até minutos antes do jogo a escolher – ir em qual torcida?
Para os jovens penapolenses Diego Casagrande, de 24 anos, Lucas Brito, 19 e, Gabriel Parpinelli Chaves, 18, a escolha já está feita – irão na torcida do tricolor da capital.
Mesmo que acompanhando a ascensão da pantera da noroeste que o levou a elite do futebol paulista, eles de certa forma nasceram em berço são-paulino.
Diego e Lucas, por exemplo, seus pais são torcedores fanáticos do melhor do mundo e essa identificação com o clube foi inevitável, principalmente, após o título mundial de 2005.
Já Gabriel nasceu em um berço corinthiano, o fazia daquela pequena criança – um menino triste. “Eu nunca gostei do Corinthians, algo dentro de mim não me identificava com aquele clube. Hoje eu entendo que aquelas cores opacas não significava nada pra mim”.
Segundo ele, o encontro com o tricolor foi graças ao seu mais novo vizinho – Lucas Brito. “Na época eu já meio que torcia para os dois, pois, precisava agradar a minha família. Mas com o tempo, o pastor Lucas [fazendo uma brincadeira com seu amigo que o apresentou o tricolor paulista] me apresentou o evangelho tricolor e agora estou convertido de vez ao manto tricolor e ao mito dos mitos – Rogério Ceni”, lembra.
Gabriel complementa dizendo que um grande amigo é sócio torcedor do clube e que voltou de lá contando detalhes como: “Nenhum jogador tem vaidade, isso a própria diretoria corta na época da contratação, sem que contar que a própria diretoria é muito integra, tornando-se o melhor clube do mundo”.
Atualmente, tanto Gabriel, como Lucas e Diego fazem parte de um grupo ‘soberanos’ no whatsapp que trocam informações sobre o tricolor na capital e dividem a ansiedade de rever o São Paulo nos campos do Tenentão.
“Pra mim não importa se é o time titular ou o reserva, a emoção de ver o meu tricolor não tem preço, até mesmo perdi o segundo dia do Enem para assistir um jogo na capital”.
“Nós temos uma foto com todos os membros da minha família, devia ter umas 20 pessoas na foto, todas elas com a camiseta do São Paulo”.
Recentemente mandei recado para todos os jogadores do São Paulo que eu seguia no Instagram na esperança de tirar uma foto e receber um autógrafo no dia do jogo e não é que o atacante Jhonatan Cafu recém contratado do tricolor me segue agora”, comenta Lucas.
Diego já comprou o ingresso para o grande jogo que terá estrelas do futebol brasileiro |
Em muitas das boas histórias para contar Diego lembrou da sua primeira vez no Maracanã num jogo entre Flamengo e São Paulo. “Eu fui no templo do futebol brasileiro – Maracanã. Lá é mágico e olha que eu fui antes da reforma para o mundial. Se já era lindo daquele jeito, imagina hoje”.
Mas Diego também teve que assistir a final da libertadores de 2005 de dentro da Santa Casa de Misericórdia. “No dia do jogo eu fui subir no telhado de casa e acabei caindo e quebrando meu pé. Assisti o jogo com um senhor que nunca tinha visto na vida numa televisão pequena”.
CORAÇÃO DIVIDIDO
E não é de hoje que o radialista e há três anos prefeito de Penápolis, Célio de Oliveira, não esconde sua paixão pelos dois clubes.
Ele que desde criança acompanhava as partidas do Penapolense no Tenentão sabe o quanto é importante para um time do interior paulista estar na elite do futebol paulista por três anos seguidos.
“Essa partida trará mais uma vez a sensação única, ver minhas duas paixões em campo. É muito bacana de estar acontecendo novamente”, revela.
Apesar desta emoção, ele já decidiu que torcerá pelo CAP. “O Penapolense é meu primeiro time e torço para ele desde menino e sempre acompanhava os jogos no estádio, por isso torcerei pelo CAP”.
Célio de Oliveira transmitirá meio tempo da partida pela Rádio Difusora (820 AM), voltando ao posto de locutor.