O ex e atual vice-prefeito Ricardo Castilho, publicou nesta quarta-feira, 09, um artigo denominado “Chega de silêncio” no Jornal Interior.
Nele, ele desabafa relembrando que durante seu discurso de posse, em janeiro de 2013, precisou se controlar emocionalmente e permaneceu calado diante de tantos erros políticos e administrativos que assistira.
Pois bem, neste mesmo discurso, o vice-prefeito, disse que um político tem que ser firme ou fraco – Firme quando ele cumpre com seus compromissos eleitorais, ou fraco quando ele sucumbe.
O que nós vemos ou pelo menos sentimos, é um vice-prefeito, omisso, sucumbido e não cumpridor de seus compromissos eleitorais, legitimamente assegurado pelo voto e descrito na lei orgânica do município.
Ele também recordou em seu discurso: “Eu fui um prefeito atuante gente, mas recebi tantas pedradas, de companheiros meus”. E continuou: “Se eu não falasse as pedras do lajeado e do Maria Chica gritariam por mim. Por ser esse o princípio da fidelidade, da honestidade e do desprendimento”.
Para guardar o princípio da honestidade, que tenho certeza lhes é muito caro e peculiar pede desculpas aos seus eleitores: “peço desculpas aos meus eleitores de tantas campanhas por lhes ter indicado, em 2.012, o nome do atual Prefeito de Penápolis”. Mas as mesmas as pedras que jogaram no senhor nos idos de 1970, são agora usadas para jogar no atual prefeito?
Chegou a hora de não pendurar as chuteiras, mas de aposentar o seu tabuleiro, pois se não tem o menor interesse ou vaidade em voltar a ocupar o honroso cargo de Prefeito desta querida Terra de Maria Chica, que lhe adotou como filho – RENUNCIE!
Afinal de contas, parodiou Paulo em sua segunda carta a Timóteo ao dizer: “Digo a vocês com muita humildade que agora depois de 49 anos, eu posso dizer de coração aberto de consciência tranquila que eu combati o bom combate, terminei a minha corrida, chega de política, chega de eleições. De política não! Chega de eleições. Não perdi a fé, não perdi a fé em Deus, não perdi a fé nos homens e mulheres de boa vontade, não perdi a fé na democracia, na perdi a fé na liberdade, não perdi a fé no estado de direito, não perdi a fé na justiça, e acima de tudo, não perdi a fé no povo penapolense, no povo paulista e no povo brasileiro”.
E assim, investiria aos cofres públicos do povo penapolense mais de 223 mil reais até ao final do mandato, afinal, você foi da época que vereador não recebia nada não é?
Leia a integra do artigo abaixo:
Chega de silêncio!
Após o meu desabafo do dia 01 de janeiro de 2.013, na posse dos eleitos em outubro de 2.012, em discurso proferido na Câmara Municipal, embora assistindo erros políticos e administrativos, consegui me controlar emocionalmente e permanecer calado. Confesso que foi difícil, pois ainda me sinto responsável pela eleição do atual Prefeito de Penápolis, a cuja campanha, como de costume, me dediquei de corpo e alma. Deus, de quem jamais me afastei, me deu forças para a tudo assistir e resistir em silêncio, tornando-me, na verdade, autentico ouvidor de criticas e reclamações de centenas de pessoas que nele votaram a meu pedido e em mim confiando.
No dia 31 de março de 2.014, todavia, estando em minha casa, fui alertado por um companheiro do Partido Verde local de que deveria deixar de assistir aos meus costumeiros programas televisivos noturnos (noticiários políticos e esportivos) e ligar minha televisão no Canal 14 (TV Câmara), que transmitia mais uma Sessão Ordinária do nosso Legislativo. Foi o que fiz imediatamente, e passei a acompanhar o desenrolar daquele ato político, até o seu melancólico e triste final. E o que foi que eu assisti?:
1. Funcionários e funcionárias da Prefeitura, desde Secretários de Governo até humildes e inocentes servidores da educação, que foram adredemente orientados e manipulados, durante todo o período da tarde daquele dia, em reuniões fechadas em repartições públicas municipais e no próprio Gabinete do Prefeito, para ali comparecerem, vestidos de preto (luto), para aplaudirem os oradores da situação governistas e vaiarem aqueles que, democraticamente, queriam esclarecer denúncias de mau uso do dinheiro público, pelo Prefeito e por seu Secretário de Administração, verdadeiro Prefeito de fato. Astutamente, como é de seu feitio, o jovem Presidente da Câmara, com o apoio de seus defensores de plantão (desde o dia 01 de janeiro de 2.013), ao invés de convidar o Prefeito e o Secretário de Administração (executivos de direito e de fato), convidou, além do Secretário da Administração, mais três Secretários Municipais (da Educação, da Cultura e da Agricultura), reconhecidamente homens honestos e assessores competentes, que, na verdade, foram se é que foram induzidos em erro pelo astuto Prefeito e o seu Chefe da Casa Civil, o qual, segundo comentários de domínio público, lembra, por seus atos e postura, o lendário e nada saudoso Golbery do Couto e Silva (lembram-se dele?).
Aqui, se faz mister abrir um parêntese para lamentar a falta de malícia dos vereadores de oposição, que, de início, deveriam esclarecer à inquieta plateia, que o objetivo daquele requerimento de CEI não era duvidar ou condenar a postura profissional e ética dos íntegros e competentes Secretários da Agricultura, da Cultura e da Educação, mas sim investigar sérias denúncias de crimes administrativos.
2. Vi, com satisfação, a postura tranquila própria de homens de bem que são dos senhores ARATA ASSAMI, JOSÉ CARLOS PANSONATO ALVES e MAURÍLIO GALOPPI SANTOS, ao responderem a todos os questionamentos, que, repito, lhes foram equivocadamente endereçados; e vi, com tristeza e não com surpresa, a postura agressiva, arrogante e enganosa do Secretário de Administração.
3. Vi, também com desalento, a postura sarcástica de um vereador, ex-companheiro do PV, eleito e reeleito pelo Partido a que tenho a honra de pertencer desde 1.998. E
4. Vi finalmente, com enorme decepção, dois vereadores – um dos quais que sempre foi merecedor do meu respeito e admiração se esconderem através do antidemocrático artifício da ABSTENÇÃO. Abstenção, para quem não sabe e tenho certeza de que aqueles dois Edis sabem muito bem -, significa: Ação ou efeito de se abster no exercício de uma função ou de um direito (cf. Dicionário da Língua Portuguesa, 2ª Edição Brasileira, volume, I, página 30). No popular, acovardaram-se, deixando de exercer, como prometido no ato de sua posse, o compromisso, sob juramento, de: … EXERCER, COM DEDICAÇÃO E LEALDADE, O MEU MANDATO, RESPEITANDO A ORDEM JURÍDICA E DEFENDENDO OS INTERESSES DO MUNICÍPIO!
Aos que votaram pró ou contra a propositura, no microfone da tribuna, alto e bom som, aceitem os cumprimentos deste velho Legislador, que aprendeu, em sua longa vida política, como Vereador, Presidente da Câmara, Prefeito, Deputado Estadual e Vice-Prefeito, assim como em sua vida pública e profissional, que a omissão é o pior dos pecados!
Finalizando, hoje, após ler o manifesto público do Prefeito Municipal, tentando tapar o sol com uma peneira, peço desculpas aos meus eleitores de tantas campanhas por lhes ter indicado, em 2.012, o nome do atual Prefeito de Penápolis, cujas equivocadas tendências ditatoriais e contrárias à boa ética eu desconhecia! E declaro, mais uma vez publicamente, principalmente para aqueles que se escondem no anonimato e nas redes sociais, que não tenho como nunca tive, a partir de 1.983, o menor interesse ou vaidade em voltar a ocupar o honroso cargo de Prefeito desta querida Terra de Maria Chica, que me adotou como filho. Se o quisesse penso que ninguém tem dúvida disso -, teria sido candidato em 2.012, e, sem falsa modéstia, creio que a vitória naquela eleição teria sido mais fácil e menos onerosa e desgastante!
Ricardo Rodrigues de Castilho é advogado e atual vice-prefeito. Ex-vice-prefeito, ex-deputado estadual
Originalmente publico no Jornal Interior