O secretário de saúde de Penápolis, Wilson Carlos Braz, rejeitou, em agosto do ano passado, a instalação de pelo menos 11 leitos psiquiátricos na Santa Casa de Misericórdia de Penápolis.
A informação vem à tona, no momento em que um jovem de 22 anos, aguarda há 78 horas no Pronto Socorro Municipal, por uma vaga de internação em um hospital psiquiátrico.
O comunicado obtido com exclusividade pelo Blog do Faria, faz parte de um ofício da Secretaria de Saúde enviado à Diretora Técnica da DRS II de Araçatuba, na época, Claudinéia Cecília da Silva.
De acordo com Braz, o pedido para a instalação foi realizado junto ao Sistema de Apoio à Implementação de Políticas em Saúde (SAIPS), órgão ligado ao Ministério da Saúde.
“Vimos informar que o municipio não tem mais interesse na implantação deste serviço, uma vez que, o valor designado pela proposta de $ 66.000,00, além de ser insuficiente para a implantação, não dispomos de capacidade financeira para arcar com demais ações na reforma do prédio”, informou.
Braz salientou ainda a dificuldade para contratar profissionais para compor a equipe e da grande dificuldade financeira para manter o hospital aberto. “Diante do exposto não temos interesse mais, na implantação dos Leitos Psiquiátricos na Santa Casa de Penápolis, visto enorme déficit financeira que passa o municipio.”, finalizou.
EMPECILHOS
Segundo o que o Blog do Faria apurou, o Secretário de Saúde, Wilson Carlos Braz, sempre colocou empecilhos para que os 11 leitos psiquiátricos não fosse instalado na Santa Casa de Penápolis.
Para uma fonte que não quis ser identificado, o hospital penapolense tinha todos os requisitos para obter os leitos, inclusive os profissionais que já trabalham no local, como psicólogos e assistentes sociais – sendo que um deles com cursos na área da saúde mental. Contrariando a informação do secretário de que necessitaria da contratação de profissionais.
Além disso, afirmou que a medicação para pacientes psiquiátricos é barata e que os custos sairia no valor estipulado na proposta – de R$ 66 mil.
Ademais, o local onde seria instalado deveria passar apenas por pintura e da instalação de leitos com a compra de camas para a ala, desmentindo novamente o secretário.
E finalizou: “Se tive leito psiquiátrico na Santa Casa, este paciente não estaria três dias esperando por uma vaga. Seria na Santa Casa, muito mais prático. Mas, tem gente que não gosta de saúde. Não é que não sabe não, é que não gosta mesmo”.
OUTRO LADO
O Blog do Faria enviou e-mail à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e as Secretaria de Comunicação e de Saúde de Penápolis, na manhã dessa quinta-feira (19), mas, até o fechamento e publicação dessa matéria não haviam retornados.